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A verdadeira história do dossiê – Serra X Aécio Neves

9 de Setembro de 2010
Fontes:http://www.conversaafiada.com.br/politica/2010/09/09/bomba-serra-sabia-que-sigilo-da-filha-foi-violado-e-achou-normal/

http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/
http://www.rodrigovianna.com.br/
http://www.advivo.com.br/luisnassif?page=1
http://cloacanews.blogspot.com/2010/09/eleicoes-2002-revista-veja-escancara.html

http://www.rodrigovianna.com.br/forca-da-grana/citco-building-nas-ilhas-virgens-o-verdadeiro-mapa-da-mina-aponta-para-la.html?utm_medium=awe.sm-twitter&utm_source=direct-awe.sm&utm_content=sociable-wordpress

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16945

Serra não se indignou com máfias vendendo dados sigilosos no centro de São Paulo

A São Paulo de José Serra (PSDB) e Geraldo Alckmin (PSDB) tem as cracolândias, e tem a "vazamentolândia".
É na Rua Santa Ifigênia, no centro da capital paulista, onde sistematicamente comete-se o crime de vender CD’s e DVD’s com cadastros sigilosos diversos.
Reportagem de O Globo, do último dia 24 de agosto, mostrou que era possível comprar cadastros do Denatran, INSS, de clientes do Itaú Unibanco.
O portal R7 também fez reportagem, e encontrou à venda cadastros antigos da Receita Federal.
Em outubro de 2009, o SBT mostrou reportagem, com venda da dados do DETRAN paulista, e de senhas de um sistema para uso exclusivo de policiais e outras autoridades.
Veja como José Serra comenta no ano passado, o vazamento de seus dados, de sua mulher e de seus filhos com naturalidade, sem a indignação que finge manifestar hoje:

Quebra de sigilo: matérias desmontam versão de Serra

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16945

Durante o governo FHC, cerca de 17 milhões de brasileiros tiveram seu sigilo quebrado, inclusive o fiscal. Em 2009, um requerimento expedido por Arnaldo Faria de Sá ao presidente da CPI destinada a apurar a Violência Urbana pedia uma audiência pública para apurar que dados fiscais sigilosos estavam sendo vendidos por camelôs de São Paulo. Reportagem do SBT Brasil mostra que Serra já sabia que seu sigilo fiscal tinha sido quebrado pelo menos desde outubro de 2009. Site também oferecia dados sigilosos do presidente Lula e de sua família. Analista da Vox Populi diz que acusação de Serra não está provocando nenhuma mudança no cenário eleitoral.

Redação

Uma matéria feita pelo SBT Brasil revelou que o assunto de quebra de sigilos por uma máfia que atua em São Paulo já era conhecido pelo candidato tucano José Serra desde, pelo menos, outubro de 2009. Na matéria, o próprio Serra comenta a devassa de sua declaração e de sua mulher com total calma e naturalidade, sem dizer que foi o PT, ou que é por motivos eleitorais. Apesar disso, a campanha de Serra insiste em usar o tema da quebra de sigilo contra a candidatura de Dilma Rousseff. Sem sucesso até aqui.
Nesta quinta-feira, o blog do Nassif publicou uma análise de João Francisco Meira, do Vox Populi, sobre o tracking do IG-Bandeirantes: segundo esse levantamento diário, o tema da quebra do sigilo, abraçado por Serra, não está provocando nenhuma mudança na intenção de voto dos eleitores. Nassif escreve:
Não existe nenhuma oscilação significativa, diz ele. Dada a natureza do tracking, tem que se acompanhar a curva dos candidatos, não os resultados diários. E a curva não mostra nenhuma alteração significativa após o caso do tal dossiê. Metade da população ficou sabendo do assunto, diz ele. Dessa metade, os eleitores da Dilma tendem a acreditar nela, os do Serra, nele, e os indecisos tendem a acreditar mais na Dilma que no Serra.
Ele não entende o fuzuê em torno da quebra de sigilo. «Vocês, jornalistas, estão carecas de saber que sigilo fiscal no Brasil é uma peneira», diz ele. Em qualquer loja que se vá, na compra de um carro, de um eletrodoméstico, o gerente pede um instante para consultar o crédito. Liga para um sujeito denominado de analista de crédito que tem todas as informações do candidato ao financiamento, do Imposto de Renda ao Serasa. Basta uma olhada no Google para encontrar centenas de traficantes de informações sigilosas, diz ele.
Ligar esse tema à campanha é forçar a barra.

17 milhões de sigilos quebrados nos anos FHC
No site Brasilwiki, João Paulo Marat mostra como, durante o governo FHC, cerca de 17 milhões de brasileiros tiveram seu sigilo quebrado, inclusive o fiscal. Marat indica matérias e documentos da Câmara Federal sobre o assunto. Ele escreve:
A ação da quadrilha que quebra sigilos fiscais não é desta eleição, nem de ontem, nem deste ano. É uma praga que atinge o Brasil há muito, e não é uma "estratégia" da campanha de Dilma Roussef, como tanto gostariam os integrantes do PSDB e do DEM. Documentos provam que, ainda em 2009, um requerimento expedido por Arnaldo Faria de Sá ao presidente da CPI destinada a apurar a Violência Urbana pedia uma audiência pública para apurar que dados fiscais sigilosos estavam sendo vendidos por camelôs de São Paulo – em 2009. Entre os que tiveram seus sigilos violados estavam o presidente da República, Luís Inácio Lula, o ministro Mantega, o governador José Serra, Verônica Serra e outros menos cotados. É só conferir em
http://www.camara.gov.br/sileg/integras/699422.pdf
Por volta dos anos 2000 e 2001, a Receita Federal iniciava informatização dos dados fiscais e cadastrais dasPessoas físicas e Jurídicas. Em razão desta atualização, foram disponibilizados os bancos de dados completos das pessoas físicas e jurídicas por algum tempo. Em 2008, o SBT fez uma reportagem que havia, no bairro paulista da Santa Ifigênia, pessoas que vendiam a senha para acesso aos bancos de dados do Serpro. O assunto chegou a ser publicado, na época, no jornalão Folha de São Paulo:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u439202.shtml
Isso foi há 10 anos, quando Fernando Henrique Cardoso era presidente. Nesta ocasião, vazaram da Receita Federal os dados do Imposto de Renda do próprio FH, Sílvio Santos, Gugu Liberato e dados cadastrais de 17 milhões de brasileiros.
Atualmente, FHC, que viaja pelo exterior desde que Serra se lançou candidato, pede em seus artigos que Dilma Rouseff seja penalizada. Os dados eram vendidos em disquete, pela quantia de R$ 6 mil e a desfaçatez era tanta que chegavam a anunciar em classificados de jornal. O assunto não ganhou as manchetes dos jornais. Era um caso de polícia.

O Conversa Afiada reproduz e-mail do amigo navegante Rogério:

Caro PHA:

Esse video aqui, do SBT de alguns anos atrás, quando se soube que na rua Santa Efigenia se comprava a senha para acessar mais de 17 milhões de sigilos fiscais,  mostra  um Serra muito tranquilo, falando que toda sua familia tinha sido acessada, e que era um absurdo, mas ficando claro que isso já era totalmente conhecido. Está sendo feita uma tempestade em copo dágua, apenas com finalidade eleitoral…

Divulgar é fundamental!

Forte abraço,

Rogério


Nassif,

Mais inacreditável do que isso é o fato de que existe uma matéria feita pelo SBT BRASIL, tratando do assunto de quebra de sigilos por uma máfia que atua em São Paulo, na qual o próprio José Serra comenta o fato do vasamento de sua declaração e de sua mulher com total calma e naturalidade, sem dizer que foi o PT, ou que é por motivos eleitorais. A reportagem ainda comenta sobre a violação de várias outras autoridades e pessoas comuns incluindo aí a própria Veronica Serra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua mulher, Guido Mantega, etc..

aqui está o link do video no youtube.

Acho que está mais que na hora de desmascarar essa história toda! Você com sua influência estou seguro que consegue! Esse video é prova cabal de que José Serra está explorando uma mentira para ganhar terreno em uma eleição perdida para ele!

Abs,

Renato Machado

 

VEJA O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS:

Em debate sobre a quebra de sigilo na Receita, o professor Pedro Serrano da PUC-SP declarou: “PSDB quis resolver no tapetão uma eleição que tem que se resolver nas urnas”. Criticou ainda a cobertura da mídia: “o problema é ficar um clima midiático como se tivesse presumindo como se a Dilma fosse culpada por tudo o que ocorre na máquina federal”.

 

A ORIGEM DO DOSSIÊ VEM DE MINAS GERAIS – AÉCIO NEVES

PT traz o livro de Amaury para o debate

Esse blogueiro, humildemente, foi o primeiro a informar que o assessor de Comunicação de Serra, Marcio Aith, estava doido para falar com  Amaury Ribeiro Jr – o jornalista que tem pronto um livro sobre as privatizações tucanas e sobre as estranhas relações de Serra com Daniel Dantas.

Escrevi sobre isso na sexta-feira, aqui.

Durante o feriado, Claudio Humberto deu destaque ao fato. E o PT se movimentou: pediu que a PF ouça Amaury. Agora, o secretário de Comunicação do PT, Andre Vargas, é mais explícito:

André Vargas vincula à proximidade entre o ex-prefeito petista de Belo Horizonte Fernando Pimentel e o ex-governador Aécio Neves (PSDB) a queda de denúncias de dossiês “no colo” do partido. Os dois eram aliados na política estadual. Em seu perfil no Twitter (@andrevargas13), o secretário petista sintetizou: “Amaury fora de controle Aécio via Pimentel plantou no colo do PT aquilo que não temos nada a ver. Antídoto contra informações comprometedoras”.

Confiram a matéria completa no Portal Terra.

Entenderam por que Marcio Aith procurou Amaury?

Para quem não está acompanhando o assunto (e não conseguirá acompanhar pela velha mídia, porque ela esconde essa parte da história), segue um  resumo. Confiram:

1) No segundo semestre de 2009, Serra e Aécio travavam disputa pela candidatura tucana. Serra teria feito um dossiê sobre Aécio, e mandodo recados, através de jornalistas amigos, sobre hábitos pouco ortodoxos do tucano mineiro. Aécio reagiu. Teria pedido ajuda do jornal “O Estado de Minas” para investigar Serra. A tarefa ficou para Amaury e outros jornalistas que trabalhavam naquela publicação.

2) Fim de 2009/Começo de 2010 – Aécio e Serra acertam um cessar-fogo. Serra sai candidato, mas deixa Aécio magoado pela forma como agiu nos bastidores. As denúncias de Amaury não são publicadas, e ele deixa o jornal.

3) Amaury teria se aproximado da campanha do PT, levando o material sobre Serra. O material não foi aceito. Amaury guardou tudo e anunciou aos amigos que escreveria um livro sobre as privatizações e as sociedades da família Serra com certos empresários. Detalhe: quem teria levado Amaury para a campanha do PT? O ex-prefeito de BH Fernando Pimentel, que é próximo de Aécio.

4) Caso vazou na velha mídia em junho de 2010, mas sem todos os detalhes sobre o início da investigação (que teria sido encomendada por Aécio).

5) No mesmo mês, Leandro Fortes publicou na “CartaCapital” reportagem reveladora, com todos os detalhes sobre o caso.

6) Agosto/2010 – desesperado com a queda nas pesquisas, Serra resolveu usar o caso, mas sem revelar a vertente mineira. Por acreditar que  controla o Brasil (ele controla só algumas redações de jornais em decadência), Serra achou que poderia controlar o vazamento de informações. A velha mídia comprou a versão de Serra, e deu amplo destaque para o vazamento de informações da Receita Federal, mas sem contar como começou a investigação.

7) Feriado de 7/setembro – PT decidiu pendurar o guizo no gato, e pediu que PF ouça Amaury. Um passarinho contou a esse blogueiro que Amaury – se ouvido – vai contar a história completa, jogando a bomba de volta para o colo do tucano Aécio Neves.

8) ”O Estado de Minas” silenciou sobre o “escândalo” da Receita. Jornais serristas seguem a falar do escândalo (sem citar a vertente mineira). Mas, na internet, o cheiro de pão de queijo se espalhou, levando Serra a um silêncio obsequioso. Candidato desistiu de falar sobre o caso, e pediu para Marcio Aith procurar Amaury (Por que será? Um pedido de trégua?). Um passarinho me contou também que Amaury considera Serra e seus assessores gente não confiável. “Pensam que sou bobo, não vou falar com eles, não”. 

9) Se a bomba estourar de volta pros lados de Aécio, tudo vai ficar parecido com o atentado do RioCentro, no fim da ditadura militar: milicos da linha-dura queriam matar gente no show de Primeiro de Maio, mas a bomba estourou no colo deles, literalmente, deixando a nu como operavam os serviços de informação barra-pesada da ditadura.

10) Serra, além de não ter colhido votos com o “escândalo, deve ter deixado Aécio Neves e Daniel Dantas realmente muito satisfeitos. O segundo quer ser esquecido pela mídia (e agora Serra trouxe Dantas de volta à tona). O primeiro precisa ganhar a eleição em Minas, e tudo o que não precisa agora é de bombas plantadas em seu colo.

11) Amaury deve mesmo lançar o livro sobre privatizações, mas só depois das eleições, talvez em 2011.

Por último, três ressalvas:

– não me parece leal o PT chamar Amaury de “fora do controle”; ele e certos líderes petistas sabiam bem o que estavam fazendo;

– o vazamento de dados da Receita é grave, e precisa ser investigado (sem exploração eleitoral); se houver gente do PT envolvida, que seja punida, como acontece com qualquer cidadão;

– Serra e a velha mídia devem ter aprendido agora que acabou o tempo dos “escândalos” controlados. História pela metade o povão não compra mais.

Amaury não violou sigilo nenhum. Todos os documentos são públicos

 

O Amaury não quebrou o sigilo fiscal do Eduardo Jorge  nem o da filha do Serra, aquela que teve uma sociedade com a irmã do Daniel Dantas – clique aqui para ver os documentos em Miami.

Amaury só trabalhou com documentos públicos.

Documentos que, aliás, ele desde já colocou à minha disposição para usar em futuras ações judiciais (alô, alô, Daniel Dantas !).

Existe uma lógica tosca no ato Golpista do Serra de tentar se eleger com os sete votos do TSE e impugnar a candidatura da Dilma.

(O que pode derramar uma mancha de sangue no tapete)

A lógica seria a seguinte, me disse um amigo navegante, preocupado: um Amaury abre o sigilo do EG; escreve com os dados do EG um dossiê; entrega o dossiê ao Lambreta; o Lambreta entrega ao Pimenta Bueno; o Pimenta Bueno entrega à Vilma; a Vilma usa na campanha para tentar sair dos 20%.

Essa é a lógica de botequim.

Ou melhor, a lógica do Fasano.

Portanto, é importante ficar muito claro.

O livro do Amaury, que trata do Ricardo Sérgio, do Daniel Dantas, da filha do Serra e de outros insignes membros da elite da elite dos tucanos paulistas e suas operações empresariais – o livro do Amaury não estourou o sigilo fiscal de ninguém.

Se o Golpe depender disso, o Serra vai precisar de um Plano Cohen, de uma Carta Brandi, da foto do dinheiro dos aloprados e, de preferência, não deve deixar nenhum vôo da Gol cair na hora do jornal nacional. (Clique aqui para ler “O primeiro Golpe já houve. Falta o segundo” e aqui para ler “Só a Globo e o Kamel impedem a vitória da Dilma no primeiro turno”).

O dossiê do dossiê do dossiê…

Leandro Fortes: O dossiê do dossiê do dossiê…

 

04/06/2010 13:03:26

Leandro Fortes, na Carta Capital

No modorrento feriado de Corpus Christi, os leitores dos jornais foram inundados com informações sobre uma trama que envolveria a fabricação de dossiês contra o candidato tucano à Presidência, José Serra, produzidos por gente ligada ao comitê da adversária Dilma Rousseff. O time de espiões teria sido montado pelo jornalista Luiz Lanzetta, dono da agência Lanza, responsável pela contratação de funcionários para a área de comunicação da campanha petista. O primeiro desses documentos seria um relatório sobre as ligações de Verônica Serra, filha do candidato do PSDB, com Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity. Uma história tão antiga quanto os dinossauros e já relatada inúmeras vezes na última década, inclusive por CartaCapital.

A notícia sobre o suposto dossiê, que ninguém sabe dizer se existe de fato, veio a público em uma reportagem confusa da revista Veja e ganhou lentamente as páginas dos jornais durante a semana até ser brindada com uma forte rea-ção do PSDB e de Serra. Na quarta-feira 2, o pré-candidato tucano acusou Dilma Rousseff de estar por trás da “baixaria” e cobrou explicações. A petista disse que a acusação era uma “falsidade” e o presidente do partido, José Eduardo Dutra, informou que a cúpula da legenda havia decidido interpelar Serra na Justiça por conta das declarações.

Os boatos sobre a fábrica de dossiês parecem ser fruto de uma disputa interna entre dois grupos petistas interessados em comandar a estrutura de comunicação da campanha de Dilma Rousseff, um ligado a Lanzetta, outro ao deputado estadual Rui Falcão. A origem dessa confusão era, porém, desconhecida do público, até agora. CartaCapital teve acesso a parte do tal “dossiê” que gerou toda essa especulação. Trata-se, na verdade, de um livro ainda não publicado com 14 capítulos intitulado Os Porões da Privataria, do jornalista Amaury Ribeiro Jr.

O livro descreve com minúcias o que seria a participação de Serra e aliados tucanos nos bastidores das privatizações durante os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso. É um arrazoado cujo conteúdo seria particularmente constrangedor para o pré-candidato e outros tantos tucanos poderosos dos anos FHC. Entre os investigados por Ribeiro Jr. estão também três parentes de Serra: a filha Verônica, o genro Alexandre Bourgeois e o primo Gregório Marin Preciado. Está sendo produzido há cerca de dois anos e nada tem a ver com a suposta intenção petista de fabricar acusações contra o adversário.

É essa a origem das informações sobre a existência do tal “dossiê” contra a filha de Serra. E a razão de os tucanos terem lançado um ataque preventivo às informações que constam do livro. De fato, Ribeiro Jr. dedicou-se a apurar os negócios de Verônica. Repórter experiente com passagens em várias redações da imprensa brasileira, Ribeiro Jr. iniciou as apurações a pedido do seu último empregador, o Grupo Diá-rios Associados, que congrega, entre outros, os jornais Correio Braziliense e O Estado de Minas. O livro narra, por exemplo, supostos benefícios obtidos por Marin Preciado em instituições financeiras públicas, entre elas o Banco do Brasil, na época em que outro ex-tesoureiro de Serra, Ricardo Sérgio de Oliveira, trabalhava lá. Para quem não se lembra, Oliveira ficou famoso após a divulgação de sua famosa frase “no limite da irresponsabilidade” no conjunto dos grampos do BNDES.

Em uma entrevista que será usada como peça de divulgação do livro e à qual CartaCapital teve acesso, Ribeiro Jr. afirma que a investigação que desaguou no livro começou há dois anos. À época, explica, havia uma movimentação, atribuída ao deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), visceralmente ligado a Serra, para usar arapongas e investigar a vida do governador tucano Aécio Neves, de Minas Gerais. Justamente quando Aécio disputava a indicação como candidato à Presidência pelos tucanos. “O interesse suposto seria o de flagrar o adversário de Serra em situações escabrosas ou escândalos para tirá-lo do páreo”, diz o jornalista. “Entrei em campo, pelo outro lado, para averiguar o lado mais sombrio das privatizações, propinas, lavagem de dinheiro e sumiço de dinheiro público.”

A ligação feita entre o nome de Ribeiro Jr. e o anunciado esquema de espionagem do comitê de Dilma deveu-se a um encontro entre ele e Lanzetta, em Brasília, no qual se especulou sobre sua contratação para a equipe de comunicação da campanha petista. Vencedor de três prêmios Esso e quatro prêmios Vladimir Herzog, entre muitos outros, Ribeiro Jr., 47 anos, é conhecido por desencavar boas histórias. Herdeiro de uma pizzaria e uma fazenda em Campo Grande (MS) e ocupado com a finalização do livro, o jornalista recusou o convite.

Na entrevista de divulgação do livro, Ribeiro Jr. afirma que a obra estabelece a ligação de diversos tucanos com as privatizações e desnuda inúmeras ações com empresas offshore para fazer entrar no Brasil dinheiro oriundo de paraísos fiscais. “São operações complicadas e necessitam ser explicadas com cuidado para os brasileiros perceberem o quanto foram lesados e em quanto mais poderão ser.”

A aproximação entre Ribeiro Jr. e Lanzetta, contudo, teria sido suficiente para que grupos interessados em ganhar espaço na campanha petista desencadeassem uma onda de boatos sobre a formação de um time de contraespionagem para produzir dossiês contra os tucanos. Diante do precedente dos “aloprados” do PT, a mídia embarcou com entusiasmo na versão depois assumida com tanto vigor pelos próceres tucanos. É mais um não fato da campanha.

O mesmo fenômeno envolveu o ex–delegado federal Onésimo de Souza, especialista em contraespionagem que chegou a oferecer serviços ao PT de vigilância e rastreamento de escutas telefônicas. Como cobrou caro demais, acabou descartado, mas foi apontado como futuro integrante da tal equipe de arapongas de Dilma Rousseff.

Por ordem da pré-candidata, qualquer assunto relativo a dossiê e afins está proibido no comitê de campanha instalado numa casa do Lago Sul de Brasília. Dilma se diz “estarrecida” com as acusações veiculadas, primeiro, na revista Veja e, em seguida, por diversos outros veículos – sempre com foco na suposta espionagem, nunca no conteúdo do suposto dossiê. Aos auxiliares, a petista mandou avisar que não aceitará, “em hipótese alguma”, a confecção de dossiês durante a campanha e demitirá sumariamente quem se envolver com tal expediente. 

 

 

ELEIÇÕES 2002 – REVISTA VEJA ESCANCARA “GUERRA SUJA” DE SERRA PARA CHEGAR AO PLANALTO

Acredite, se quiser. Está tudo aqui, nos arquivos digitais daquilo que, um dia, foi uma revista.

E as bruxarias andam soltas

Numa guerra suja, a "base aliada" se
engalfinha com grampos e dossiês


Edição 1 743 – 20 de março de 2002
Felipe Patury e Marcelo Carneiro
http://veja.abril.com.br/200302/p_038.html

Ninguém esperava que fosse tão cedo, faltando ainda sete meses para o pleito presidencial, mas a guerra suja das campanhas eleitorais já deu o ar de sua graça. Na semana passada, no rastro da devassa policial no escritório da Lunus, empresa da governadora Roseana Sarney e de seu marido, Jorge Murad, Brasília foi tomada por aquela parafernália que traz à superfície o que há de mais subterrâneo: espionagem, grampos telefônicos e dossiês. No Congresso, o PFL protocolou uma denúncia contra o deputado tucano Márcio Fortes, do Rio de Janeiro. Acusam-no de contratar arapongas para espionar a governadora do Maranhão. O PFL também fez barulho com a notícia de que, sob o comando de José Serra, o Ministério da Saúde pagou uma bolada a uma empresa para detectar grampos telefônicos em suas dependências. Suspeita-se que, na verdade, a empresa poderia estar fazendo espionagem para Serra. Por fim, o PFL ameaça juntar-se ao PT para criar a CPI da arapongagem, com o objetivo de azucrinar o governo, investigando todos os casos de escuta clandestina ocorridos na gestão de Fernando Henrique.

Sérgio Lima/Folha Imagem

O deputado Márcio Fortes, acusado de arapongagem: denúncia no Congresso

Os pefelistas têm sido acusados de levantar a voz contra uma investigação legítima e legal, que começou em abril de 1997, bem antes da campanha presidencial. Afinal, não foi um tucano, nem um araponga, quem colocou 1,3 milhão de reais no escritório da Lunus. As versões mentirosas sobre o dinheiro também não foram criadas por adversários (veja reportagem). Não foram obra de tucano ou araponga as suspeitas que ligam Jorge Murad às fraudes contra a velha Sudam. Há que se reconhecer, no entanto, que a arapongagem sempre esteve solta, como prova o célebre caso do grampo no BNDES, até hoje não esclarecido, cujo suspeito número 1 ainda é Temílson Antônio Barreto de Rezende, o Telmo, um ex-araponga oficial. Para desencanto de quem esperava que essas práticas estivessem sepultadas, elas continuam em pleno vigor. E, por incrível que pareça, os bruxos da espionagem aparecem quase sempre voando nos céus do que até pouco tempo atrás se chamava de "base aliada do governo" – ou seja, tucanos e pefelistas.

O governador Anthony Garotinho conta que, em 18 de fevereiro, recebeu uma pessoa no Palácio das Laranjeiras, a residência oficial do governador do Rio. Garotinho se recusa a revelar a identidade do interlocutor, limitando-se a dizer que era "um político fluminense", mas relata o conteúdo da conversa. Seu visitante ofereceu-lhe um cardápio de denúncias contra a governadora do Maranhão. Era um calhamaço, com mais de 10 centímetros de altura e uma capa transparente sobre uma folha branca, em que se lia "Dossiê Roseana Sarney". Garotinho manuseou o material por uma hora e meia. Estava dividido em três partes. Uma falava da vida pessoal da governadora. Outra contava supostos casos de irregularidades no governo do Maranhão. A última versava sobre a família Sarney. "Aquilo foi coisa de profissionais", afirma o governador. "Existem detalhes como o valor de uma conta de restaurante que ela pagou, com quem estava e o cartão de crédito que usou", completa.

Ed Ferreira/AE

Bornhausen, presidente do PFL: batendo na tecla das investigações espúrias

Garotinho diz que não foi possível precisar o período em que o dossiê foi produzido porque constavam fotos e documentos antigos e atuais. No dossiê, lembra o governador, havia ainda transcrições de grampos telefônicos. Isso levou à suspeita no PFL de que a devassa da Polícia Federal no escritório da Lunus só foi realizada no dia 1º de março porque um grampo telefônico teria permitido aos policiais saber que, naquele dia, haveria mais de 1 milhão de reais em dinheiro vivo nos cofres da empresa, razão pela qual o diretor da PF, Agílio Monteiro, foi convidado a prestar explicações no Congresso nesta semana. Garotinho diz que não se importou em ficar com o material ou tirar cópia, mas quis saber qual era o interesse de seu interlocutor na divulgação do material. O "político fluminense" teria dito: "O mesmo seu, abalar a candidatura da Roseana". Garotinho, então, quis saber a mando de quem o "político fluminense" lhe oferecia o dossiê. "Do Márcio Fortes", ouviu. Encerrada a conversa, Garotinho ligou para José Sarney e contou o que vira. Sarney disse que já sabia de tudo. E que aquilo era obra "desse Márcio Fortes".

De fato, Sarney já sabia da história. Há dois meses, o ex-presidente procurou Fernando Henrique Cardoso no Palácio da Alvorada. Reclamou de duas coisas. Disse que arapongas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) estavam vasculhando a vida de sua filha. E que espiões contratados pelo deputado Márcio Fortes estavam fazendo o mesmo. Márcio Fortes não é um tucano qualquer. É secretário-geral do PSDB e membro do coração da campanha de Serra. A Sarney, Fernando Henrique esclareceu que jamais dera essa ordem para o general Alberto Cardoso, chefe da Abin, mas ficou de apurar o assunto. E ainda pediu ao general que ligasse para Sarney. Ocorreu o seguinte diálogo:

– Não existe nada disso, senador – garantiu o general ao telefone, referindo-se a sua turma da Abin.

– O Márcio Fortes – insistiu Sarney – contratou gente ligada à comunidade de informações no Rio. Estão fazendo dossiês contra Roseana.

– Ah, isso pode ser… Vou investigar – respondeu o general Cardoso.

O ex-presidente José Sarney nunca apresentou nomes, datas ou qualquer outro dado para reforçar suas acusações. O governador Garotinho recusa-se a dar o nome do interlocutor que levou o dossiê para ele examinar. O deputado Márcio Fortes nega qualquer envolvimento com o assunto. "Não conheço nem nunca tive qualquer contato com as pessoas apontadas como autoras de grampos", afirma Fortes. Mesmo com essas brechas todas, os ânimos se acirraram ainda mais na semana passada, quando se descobriu a história de uma empresa contratada pelo Ministério da Saúde para combater grampos telefônicos. Ela se chama Fence Consultoria Empresarial e pertence a um coronel da reserva, Enio Fontenelle. Até o ano passado, sua empresa tinha um contrato de 28.000 reais fixos por mês com o Ministério da Saúde para fazer varredura em linhas telefônicas e leitura eletromagnética de ambientes. Sua função era proteger o ministro José Serra e sua equipe de eventuais grampos. O contrato foi renegociado no fim do ano passado, com dispensa de licitação e em bases realmente extraordinárias, que deram novo alento à saúde financeira da empresa de Fontenelle. Com o novo contrato, a Fence pode ganhar até 150.000 reais por mês.

Fotos Moreira Mariz, Felipe Araujo/Folha Imagem, Sebastião Moreira/AE, Joedson Alves/AE

1. O deputado Moroni Torgan: aviso a Tasso sobre grampo telefônico
2. O governador Tasso Jereissati: sem acreditar que o tucano Márcio Fortes se envolveu em bruxarias
3. Paulinho, da Força Sindical: também avisou a Tasso sobre dossiês
4. O ex-presidente José Sarney: outro que alertou Tasso sobre arapongagens

A Fence tem sido procurada por vários órgãos públicos. Atualmente, mantém negócios com seis deles, num sinal de que seus serviços são muito populares na capital federal. Entre eles há órgãos que, antes do rompimento com o governo, eram comandados pelo PFL, como o Ministério do Esporte eTurismo e a Caixa Econômica Federal. A Fence também é a preferida dos tribunais. Hoje, tem contrato com o Supremo Tribunal Federal e com o Superior Tribunal de Justiça. A diferença gritante está nos preços. No fim do ano passado, renovou seu contrato com o Ministério da Saúde e abocanhou uma bolada de 1,8 milhão de reais. Dá 150.000 reais por mês. Nenhum outro contrato com órgão público é assim tão elevado. O maior deles foi com o Superior Tribunal de Justiça, mas não chegava a 16.000 reais por mês – ou quase um décimo do valor do contrato com o Ministério da Saúde.

O coronel Fontenelle justifica o aumento de sua carga de trabalho com os embates que o Ministério da Saúde teve nos casos de quebra de patentes de remédios para a Aids, do lançamento dos genéricos e da luta contra o cigarro. Como nada disso aconteceu neste ano, o coronel admite: "O volume de trabalho cresce de acordo com os riscos. Ser candidato a presidente da República é, sem dúvida, motivo de riscos maiores". Para ganhar os 150.000 reais expressos no contrato, a Fence tem de realizar até 600 incursões em busca de grampos no Ministério. Se no mesmo mês checar a linha do ministro 600 vezes, leva os 150.000. De 1º de janeiro até 28 de fevereiro, Fontenelle já faturou no Ministério da Saúde 211.000 reais. Isso significa que realizou nada menos que 840 varreduras em apenas 59 dias. Feita a conta, chega-se a catorze varreduras por dia.

Dida Sampaio/AE

O ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira: até agora, é o alvo principal dos pefelistas

O jogo sujo é arma conhecida nas campanhas eleitorais, mas costuma aparecer perto da reta final, e não com tanta antecedência. Na semana passada, não havia um ou dois dossiês circulando em certas rodas de políticos e empresários, mas vários – e sempre na tal "base aliada". Há quinze dias, o governador do Ceará, o tucano Tasso Jereissati, recebeu um telefonema de Sarney, alertando-o para a existência de um dossiê sobre seu governo. Dias depois, Jereissati recebeu outra ligação. Um emissário do deputado Moroni Torgan, do PFL, seu desafeto na política local, confirmou ao governador que havia um dossiê a seu respeito. Nessa versão, as acusações tratavam de operações bancárias consideradas estranhas feitas pelo Banco do Nordeste, cujo presidente foi indicado por Jereissati. Torgan nega ter falado em dossiê e diz ter feito um alerta sobre a existência de supostos grampos para investigar o governador do Ceará.

Em outubro do ano passado, o governador já recebera um telefonema do presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. Ele contou que ouvira relato sobre um dossiê a respeito de operações descritas como irregulares das empresas da família da mulher de Jereissati, o grupo Edson Queiroz, o maior do Estado. Na última semana, Paulinho confirmou a VEJA que obteve a informação e deu ciência dela a Tasso Jereissati. Em pelo menos um dos três telefonemas, Jereissati foi comunicado de que a mão por trás do dossiê – olha ele aí de novo – era a de Márcio Fortes. "Os dossiês não passam de afirmações levianas organizadas por desocupados", afirma o governador. A respeito de Márcio Fortes, Jereissati declara: "Não posso acreditar, em hipótese alguma, que o secretário-geral do PSDB, impulsionador da campanha a presidente do nosso candidato, que é o Serra, possa estar fazendo qualquer coisa contra mim".

Quando se fala da existência de um dossiê, as pessoas podem ser levadas a acreditar que se trata de um compêndio encadernado e volumoso. Isso não é uma regra. Alguns dossiês podem até ser volumosos, mas entre os papéis em circulação nos últimos dias há até "dossiês" de uma folha só. Numa dessas folhas soltas há o relato de que um governador do PFL teria gasto 150.000 dólares numa viagem de dez dias a Paris. A viagem de fato existiu, mas o governador nega que tenha gasto tal quantia – e VEJA optou por não identificá-lo porque não há prova do esbanjamento. Outra característica ligada aos dossiês diz respeito à sua consistência. Por maior que seja o documento, em geral não apresenta prova alguma de irregularidade. Não se está falando de um aprofundado estudo a respeito de um personagem com o objetivo de listar a ocorrência de fraudes comprovadas associadas ao seu nome. Seu único propósito é difamar e levantar uma nuvem de suspeitas sobre o político em torno de quem se escreve. A idéia é sugerir que o alvo das investigações não passa de um vigarista, quando, na verdade, a vigarice confirmada é a do autor do dossiê.

Selmy Yassuda

Telmo, o ex-araponga oficial, suspeito no caso do grampo do BNDES

Esse tipo de dossiê costuma aparecer em períodos de eleição, mas muitos deles foram produzidos com bastante antecedência e ressurgem em fase de campanha. Boa parte dos papelórios surge como contribuição a um candidato, feita por um empresário amigo ou aliado político. É o caso de um dossiê que versa sobre alguns assessores e amigos de José Serra, principalmente o economista Andrea Calabi, ex-presidente do BNDES. Foi preparado por encomenda de um dos maiores bancos de investimentos do Brasil e realizado por uma empresa americana. O "documento", confeccionado no início de 2000, reapareceu agora, nas mãos de um político do PFL. Os dossiês têm em comum o fato de revelar episódios incríveis, denúncias monumentais, cobranças de propinas astronômicas. A grande maioria, no entanto, trabalha com fatos impossíveis de ser comprovados. Existe um dossiê, oferecido a um grande empresário brasileiro, que transcreve telefonemas trocados entre um ex-ministro do governo Fernando Henrique e um deputado federal. No telefonema, o ex-ministro oferece dinheiro ao deputado em troca da aprovação de um projeto de interesse do governo federal. A transcrição do diálogo impressiona, mas não há fita para comprovar sua veracidade.

Na semana passada, VEJA encomendou ao Instituto Vox Populi uma pesquisa para verificar a impressão dos eleitores sobre a campanha após os fatos dos últimos dias. Foram entrevistados 500 eleitores, por telefone, entre a quarta e a quinta-feira, em quinze capitais. Os resultados mostram que o eleitorado está descontente com os candidatos. Para 75% das pessoas ouvidas, os políticos estão dispostos a fazer qualquer coisa para ganhar o próximo pleito. Para 78% dos eleitores, as campanhas são financiadas com o dinheiro do caixa dois das empresas, e 95% declaram que o interesse dos empresários que financiam políticos é obter influência no governo e exigir vantagens em troca de favores. O Brasil está mal-humorado com o comportamento de seus políticos. E a guerra dos dossiês só contribui para piorar esse mau humor.

“Citco Building”, nas Ilhas Virgens: o verdadeiro mapa da mina aponta para lá

http://www.rodrigovianna.com.br/forca-da-grana/citco-building-nas-ilhas-virgens-o-verdadeiro-mapa-da-mina-aponta-para-la.html?utm_medium=awe.sm-twitter&utm_source=direct-awe.sm&utm_content=sociable-wordpress

Prestem atenção nesse trecho de uma reportagem assinada por Amaury Ribeiro Junior:

“Spencer concentrava seus negócios caribenhos na caixa postal 662 do Edifício Citco, em Road Town, nas Ilhas Virgens, endereço do escritório da Citco, especializado na abertura de empresas offshore.”

David Eric Spencer é um advogado dos EUA que prestava serviços a Ricardo Sérgio – tucano que atua nos bastidores, foi diretor do Banco do Brasil no governo FHC, durante as privatizações, e é muito próximo a Serra. A reportagem acima é de 2003 e foi publicada pela revista Istoé.

Foi naquela época que Amaury começou a investigar a barafunda financeira do tucanato. Dinheiro que vai, dinheiro que vem. Genro, filha… As seguidas reportagens renderam um processo de Ricardo Sérgio contra Amaury. O jornalista pediu “exceção de verdade” (quando o sujeito que é processado por calúnia pede para provar que a afirmação feita é verdadeira), e foi no âmbito dessa ação que Amaury ganhou o direito de acessar a ampla documentação recolhida pela CPI do Banestado – documentação que o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) guardava a sete chaves.

Foi a partir dessa documentação que Amaury recolheu o grosso do material que integrará seu livro sobre as privatizações tucanas e os estranhos caminhos do dinheiro. Amaury saiu da Istoé, rodou por aí. Trabalhou no “Estado de Minas”, sempre coletando rico (!) material sobre as peripécias financeiras que ligam São Paulo, Buenos Aires, Miami, Nova York e as Ilhas Virgens.

Os segredos de Verônica Serra e do genro de Serra (no país da piada pronta, o cara tinha que ter esse nome: Alexandre Bourgeois – Alexandre Burguês) não estão nas declarações de Imposto de Renda que vazaram no ABC paulista. O vazamento, se de fato ocorreu, é criminoso. E deve ser investigado. Mas o importante não é o que está nos documentos de Mauá ou Santo André, e sim o que aparece nas empresas registradas nas Ilhas Virgens.

O mapa da mina (ou o mapa de Minas?) aponta pra lá!

Citco Building. Guardem esse nome.

3 comentários leave one →
  1. Marcos Lins permalink
    30 de Setembro de 2010 14:52

    Entrem no site do STF:
    http://www.stf.jus.br/portal/atendimentoStf/envia

    Preencham os campos e colem a mensagem:

    Exmos. Srs. Ministros do STF

    A Folha de São Paulo deu a notícia: o Ministro Gilmar Mendes pediu vistas ao processo referente aos dois documentos após telefonema do senhor Serra.

    Pergunto-vos: O STF é Juiz ou é parte?
    O candidadto José Serra manda no STF?
    Respeitosa e indignadamente,

    Seu nome

    Gastando 3 minutos, você estará ajudando a democracia!

  2. 24 de Abril de 2020 12:07

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