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O FIM DOS MONOPÓLIOS INFORMATIVOS É URGENTE PARA GARANTIR A LIBERDADE DE IMPRENSA

17 de Setembro de 2010

Da Agência Educação Política

Neste interessante artigo, que segue abaixo, do arquiteto argentino e ganhador do Nobel da Paz em 1980, Adolfo Perez Esquivel, publicado na Carta Maior; está presente a defesa argumentativa e analítica de uma das mais urgentes lutas da, essencialmente informativa, sociedade contemporânea: a defesa da pluralidade de vozes contra os monopólios da informação que controlam os meios de informação e tentam eliminar a liberdade de imprensa.

Como Adolfo mostra ao longo do artigo, os monopólios da informação querem reduzir a liberdade de imprensa a uma mera e simples liberdade de empresa, termo e prática totalmente incompatível com a natureza de uma imprensa realmente plural e livre.

A defesa da diversidade de pensamento em tempos de controle e manipulação da realidade por parte de vozes únicas e ultrapassadas é algo urgente e sempre bem-vindo! E nesse ponto, podemos ir além da liberdade de imprensa, que é uma coisa, e falar em liberdade de expressão, que é outra coisa. Os oligopólios da informação sufocam também a liberdade de expressão, não só a liberdade de imprensa, pois ele dizem o que os outros devem dizer, portanto, impedem a capacidade desse outro de dizer por si mesmo! O espírio da liberdade de expressão é justamente o oposto.

Já diria Voltaire: posso não concordar com uma palavra do que dizes, mas defenderei até a morte teu direito de dizê-la! Os oligopólios diriam: posso não concordar com uma palavra do que dizes, mas tentarei até a morte te dizer e convencer do que deverias ter dito!

A contaminação informativa
Agência Carta Maior
Por Adolfo Perez Esquivel, com tradução de Katarina Peixoto

A Lei de Meios Audiovisuais sancionada pelo Parlamento argentino é necessária, já que permite romper o controle dos monopólios informativos, gerar o pluralismo jornalístico e recuperar a liberdade de imprensa. A reação das corporações, como o grupo Clarín, desatou uma campanha virulenta contra o governo acompanhada pela voracidade de uma oposição sem idéias, que busca unicamente golpear o governo e que tem todos os meios de comunicação à sua disposição, como a pitonisa que anuncia todo tipo de catástrofes. O artigo é de Adolfo Perez Esquivel.

A vida dos povos está submetida aos impactos ambientais, à contaminação auditiva e visual da palavra e das idéias, que impõem o monocultivo das mentes. Os avanços tecnológicos são utilizados muitas vezes para o controle dos meios de comunicação e, assim, para o condicionamento e a manipulação dos povos. Nenhum meio informativo é asséptico, mas deve basear-se na ética e em valores a serviço dos povos e não para se servir dos mesmos.

Uma das grandes conquistas das lutas sociais foi a liberdade de imprensa, o direito de informar e ser informado, mas os grandes monopólios econômicos, ideológicos e políticos que controlam os meios de informação mataram a liberdade de imprensa e querem confundi-la e reduzi-la à liberdade de empresa, duas expressões que não são sinônimas. (Texto Completo)

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